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Estudantes de Direito de Mogi fazem levantamento dos casos de violência contra a mulher Pesquisa levantou mais de 10 mil casos e alerta para a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas sobre o assunto. Em 2014 e 2015, a violência física liderou a estatística, com 40% dos registros. Por Diário TV 1ª edição 04/10/2017 15h11 Atualizado há 20 minutos Estudantes de direito fazem levantamento sobre a violência doméstica Duas alunas do curso de Direito da Universidade de Mogi das Cruzes levantaram mais de 10 mil casos de violência contra as mulheres, entre os anos de 2013 e 2015. As estudantes analisaram os relatos feitos pelas vítimas nos boletins de ocorrência e com isso conseguiram identificar o tipo de violência mais frequente de cada período. No ano de 2013, a violência moral teve o maior número de ocorrências, sendo quase 50% dos casos. Em 2014 e 2015, a violência física liderou a estatística, com 40% dos registros. A pesquisa científica começou antes mesmo que Bruna Cristina Rocha e Josimeire de Oliveira Souza se formassem. As alunas estão no quarto semestre de direito. O trabalho ficou pronto no ano passado. “Eram muitos boletins de ocorrência, foi um número bastante assustador que impactou muito na nossa pesquisa, até, inclusive, nas professoras. Foi muito impactante a quantidade, independentemente da agressão que as mulheres sofreram.” A inspiração de Josimeire veio, infelizmente, após um caso na família. “Por ter sofrido esse choque de realidade com a minha família quando a minha orientadora falou sobre o tema, eu optei por fazer porque eu mesma não tinha uma visão muito ampla. Para mim foi muito bom porque abriu uma nova visão do que as mulheres sofrem. Na minha família aconteceu isso, infelizmente, durante muito tempo.” Elas foram orientadas pela professora Maria de Lourdes Colaquice Silva Leme, que já tinha ajudado um trabalho parecido 10 anos atrás. Os novos números chamaram a atenção dela. “Esse tema todo é de relevância e os poderes públicos não estão dando a atenção que deveriam. É um caso de políticas públicas, é uma questão seríssima de um desrespeito de um namorado, um homem, com uma mulher, ou até numa relação homoafetiva. Pode surgir um homicídio, mas ninguém pensa muito nisso.” Casos Em maio, Terezinha Cristina Gentil, de 51 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-marido. O casal estava separado e ela tinha uma medida protetiva para que ele não chegasse por perto. Mesmo assim, ele entrou no condomínio onde ela morava no Parque Olímpico. A suspeita é que ela tenha sido morta no estacionamento. Em 2015, Adriana Angélica Marques, de 43 anos, foi morta a facadas pelo então marido em um condomínio em César de Sousa. Dias depois, ele teria cometido suicídio na cadeia. Para as alunas, o tema precisa de muita atenção. “A conclusão é que precisamos que a Justiça tenha um olhar diferente para essas mulheres que sofrem esse tipo de agressão porque é muito lento o processo”, conta Bruna. Para Josimeire, faltam políticas públicas sobre o tema. “Falta um olhar melhor da sociedade para o tema e até das próprias mulheres que são violentadas. Os casos que nós pesquisamos, 10.115 casos, são muitos. Mas e os casos que ainda estão ocultos?”, questiona. Já orientadora reforça que os legisladores e juristas precisam trabalhar juntos em uma lei mais rigorosa. “A punição tem que ser muito séria de acordo com o tamanho da lesão. Porque, se não, nós vemos o Brasil mudando de cara de um jeito muito ruim”, finaliza Maria de Lourdes.
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